O Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio) lançou, no dia 6 de agosto, o projeto Mapa da Informação. A iniciativa consiste em um software que esquematiza a maneira como as informações dos cidadãos são gerenciadas pela Administração Pública.
A plataforma expõe a grande quantidade de documentos que são exigidos da população, e que, para serem concedidos, requerem processos administrativos excessivamente demorados e caros. Todos esses dados, por sua vez, são administrados por vários sistemas diferentes que não dialogam entre si. O resultado é um emaranhado de silos informacionais que revelam um sistema caótico de gestão informacional. O custo, naturalmente, é repassado ao cidadão.
O software foi lançado em sede da GovTech Brasil, evento que reúne startups que trabalham no desenvolvimento de tecnologias que auxiliam a gestão pública no Brasil. A ideia é discutir a inovação dentro do governo para transformar a prestação de serviços públicos e promover o e-government.
Estônia e Uruguai são exemplos de países que conseguiram revolucionar a prestação de serviços por meio da utilização da tecnologia. De acordo com Ronaldo Lemos, diretor do ITS-Rio, os estonianos podem votar, conseguir receitas médicas, assinar documentos e acessar benefícios públicos por meio digital. O Uruguai, por sua vez, conseguiu ampliar o acesso da população à internet por meio de políticas de inclusão digital, além de viabilizar o documento de identificação eletrônico de forma pioneira na América do Sul.
A implantação do governo digital é, de fato, uma tendência mundial cada vez mais proliferada. No Brasil, os inúmeros processos burocráticos suportados por cidadãos e empreendedores poderiam ser simplificados e barateados com a utilização da tecnologia, estimulando, dessa forma, o exercício da cidadania e melhorando a qualidade dos serviços prestados.
Anna Luíza Dunstan é Assistente de Pesquisa do iDESB - Instituto Desburocratizar. E-mail: anna@desburocratizar.org.br